terça-feira, 26 de outubro de 2021

Tendência lá fora é de alta – por aqui, inflação pode estragar o dia

Abril Comunicações
ABERTURA DE MERCADO
 
Boa temporada de balanços anima os EUA. No Brasil, o humor vai depender do IPCA-15, a prévia da inflação de outubro.
 
 
Por Alexandre Versignassi e Guilherme Jacques
 
 
Às 7h42, o índice futuro do S&P 500 subia fortes 0,38%. O da Nasdaq, ainda mais robustos 0,55%. O humor nos EUA segue alto nesta temporada de balanços, com bancos e empresas de tecnologia reportando lucros acima do que o mercado esperava.
 
Isso indica um cenário de economia aquecida, o que aplaca o medo da inflação. Inflação com economia em ordem não é um problema. O Banco Central americano passa a ter mais margem para reduzir os estímulos financeiros e aumentar os juros sem que essas medidas causem maiores danos (recessão, desemprego).
 
Por aqui, onde a economia dá sinais de estagnação, a preocupação com inflação e juros tende a ser maior. E hoje teremos uma amostra disso. Nesta manhã sai o IPCA-15, a prévia para a inflação de outubro. O mercado espera uma desaceleração. Em setembro, o IPCA-15 veio em 1,14%. Espera-se agora 1%. Caso essa freada não se confirme, teremos uma grande força pressionando a bolsa para baixo.
 
Também saem os dados do Caged, fundamentais para termos um retrato da economia como um todo. Espera-se a criação de 360 mil postos de trabalho – ou seja: se vier abaixo disso, mal sinal.
 
E nesta terça acontece o primeiro dos dois dias de reunião do Copom. A bola está cantada para um aumento de mais 1% nos juros, o que elevaria a Selic a 7,25%. Juros existem para combater inflação. O furo no teto dos gastos públicos, porém, é uma medida inflacionária. Então parte do mercado já projeta um aumento para 1,25%.
 
Em condições normais de temperatura e pressão, uma alta de 1,25% seria um grande freio para a bolsa. Mas não estamos numa situação normal. O mercado talvez veja com bons olhos a ideia de que o Banco Central deu uma resposta ao furo no teto. A essa altura, afinal, a independência do BC é uma das poucas bóias que o mercado tem para se apoiar.
 
Boa terça!
 
 
O dia começou com tendência de... alta
 
Futuros S&P 500: 0,38%
Futuros Nasdaq: 0,55%
Futuros Dow: 0,33%
 *às 7h42
 
 
• Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,78%
• Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,65%
• Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,95%
• Bolsa de Paris (CAC): 0,59%
 *às 7h43
 
 
• Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,33%
• 
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,77%
• Hong Kong (Hang Seng): -0,36%
 
 
• Brent: -0,33%, a US$ 85,71*
• Minério de Ferro: 2,77%, a US$ 122,30 por tonelada no porto de Qingdao (China
*às 7h44
 
 
8h FGV divulga o IPC-S, índice que monitora a variação de preços em sete capitais do país.
9h IPCA-15, calculado pelo IBGE na segunda quinzena do mês e que funciona como uma prévia do IPCA.
10h Informações do CAGED, cadastro do governo em que constam o recuo ou aumento do número de empregados formais no país.
15h30 Receita libera os dados da arrecadação federal no mês de setembro.
 
 
Fusão no mundo dos vinhos
A Evino, e-commerce de vinhos, comprou a Grand Cru, que pertencia ao fundo private equity Aqua Capital desde 2014. O valor da transação não foi divulgado e ainda precisa ser aprovado pelo Cade, órgão que regula a concorrência no Brasil. Com isso, no entanto, forma-se uma empresa com faturamento estimado de R$ 700 milhões e que passará a responder pelo terceiro lugar em importação de vinhos no país (6,8%) – na frente estão Wine (10,6%) e a VCT (10,3%).
 
Falta de chips = falta de trabalho
A GM vai suspender, por até cinco meses, 1,2 mil contratos de trabalho na fábrica de São José dos Campos (SP) e reduzir a produção de picapes S10 por falta de chips. É a quarta montadora no Brasil a engrossar o movimento devido à escassez do componente que atinge o mundo inteiro. Na Volkswagen, em São Bernardo do Campo (SP), serão 1,5 mil em layoff a partir de novembro. Outros 450 já estavam afastados. Na Fiat, desde o início de outubro, são 1,8 mil funcionários suspensos em Betim (MG). E na Renault são 300 os contratos interrompidos na fábrica de São José dos Pinhais (PR), em medida que vale inicialmente até fevereiro de 2022.
 
 
Inteligência emocional
Décadas de estudos provam: perdas no mercado causam mais impacto emocional do que ganhos. Nisso, as pessoas vendem suas ações no pânico para frear a dor, e acabam sofrendo prejuízos que seriam evitáveis. No Brasil, em que o número de investidores que migraram para a renda variável cresceu consideravelmente nos últimos anos, o fenômeno pode ser ainda mais forte que o normal, dada a inexperiência dos novos entrantes. Essa é a análise de especialistas ouvidos pelo Valor Econômico após uma semana de pânico na Faria Lima.
 
 
As empresas do Ibovespa que divulgam seus resultados do terceiro trimestre nesta terça:
 
Cesp (CESP6)
Klabin (KLBN11)
Romi (ROMI3)
> Inter (BIDI11, BIDI4) - após o fechamento de mercado
Marfrig (MRFG3) - após o fechamento de mercado
 
 
 
 
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