Olá, investidor. Como vai? As bolsas internacionais operavam em tom mais negativo na manhã desta quarta-feira (27), independentemente da geografia. Pressões regulatórias na China voltaram a "assombrar" o setor de tecnologia com autoridades planejando elevar a regulação para o registro de usuários mais jovens, o que derrubou as ações do setor. Na Europa, uma mistura de receio com políticas fiscais mais rígidas e um movimento de realização de lucros por parte dos investidores intensificam as vendas de ações. A agenda tem como destaque as reuniões de política monetária, com o banco central do Canadá, que deve continuar reduzindo seu programa de recompra de títulos, e, na quinta-feira (28), com o Banco Central Europeu e o Banco do Japão. Espero uma postura mais dura por parte do BC europeu, que enfrenta pressões inflacionárias, enquanto a autoridade monetária japonesa deve continuar com seu discurso em favor dos estímulos. O cenário de juros mais altos ou políticas monetárias mais restritivas para controlar as pressões inflacionárias causadas pelos efeitos da pandemia de Covid-19, que já é realidade em países em desenvolvimento - Rússia, Brasil, México e Chile já estão subindo juros há algum tempo -, começa a bater na porta dos países desenvolvidos. E por aqui, o que esperar? A terça-feira (26) trouxe as duas surpresas que, conforme comentei aqui, poderiam inspirar o retorno do cenário de incertezas para o mercado. O IPCA-15 (prévia da inflação oficial do país) veio acima das expectativas, o que pressiona ainda mais o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na atualização da taxa Selic, que será divulgada nesta quarta-feira. O consenso de mercado aponta para uma elevação de 1,5 ponto percentual na taxa Selic, o que empurra para cima os juros curtos e médios. O dólar continua em alta, dado o cenário de cautela com o quadro fiscal do Brasil. Assim, o Ibovespa operou na contramão do exterior, que teve um dia de alta graças à temporada de resultados corporativos do terceiro trimestre. O principal índice da B3 devolveu a recuperação de segunda-feira (25) e fechou em forte queda de 2,11%, aos 106.419 pontos. Em relação à decisão do Copom, será muito importante avaliar o comunicado e as perspectivas por parte do comitê sobre os principais indicadores para 2022. É uma forma de entender melhor como o Banco Central irá se comportar nos próximos meses. E a outra surpresa veio do adiamento da votação da PEC dos Precatórios, com rumores que não haveria votos, ou pelo menos que a aprovação seria apenas de aumento do teto de gastos para o pagamento do Auxílio Brasil, com os precatórios ficando de fora. Vamos monitorar os desdobramentos envolvendo a votação da PEC nesta quarta-feira. No 'Investigando o Mercado' de hoje (exclusivo para assinantes do UOL): resultados trimestrais do Inter e da Alphabet, holding que controla o Google. Abraços, Felipe Bevilacqua Analista de Investimentos de Levante CNPI - Analista certificado pela Apimec Gestor CGA - Gestor de Fundos certificado pela Anbima Administrador de Recursos e Gestor autorizado pela CVM Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário