Sabe esse computador que você tem aí na sua casa? Pois sua máquina aí levaria 30 trilhões de anos para realizar a mesma quantidade de cálculos que o Zuchangzhi 2 realiza em um milissegundo. Esse é o nome do novo computador quântico mais rápido do planeta, tema da coluna de Felipe Zmoginski em Tilt. Batizado em referência a um matemático chinês que viveu no século 5, essa máquina é 1 milhão de vezes mais veloz que o Sycamore, máquina quântica do laboratório de inteligência artificial do Google criada em 2019. Enquanto os computadores eletrônicos que conhecemos usam cristais de silício para compor os circuitos que fazem contas, um computador quântico usam as menores entidades físicas capazes de interagir com outras conhecidas pelo homem —o quantum— para armazenar informações e processar cálculos. O efeito prático da criação da computação quântica é permitir que máquinas realizem projeções e cálculos que, hoje, são inviáveis mesmo para os supercomputadores mais avançados. No caso de uma pandemia, como a de covid-19, por exemplo, seria possível simular rapidamente todas as mutações que o novo vírus pode sofrer no corpo humano, bem como testar em modelos virtuais todas as possíveis reações que uma nova vacina poderia causar. Para Zmoginski, o anúncio chinês tem dois efeitos claros. O primeiro é o de revelar a enorme disrupção que a indústria de computação deve sofrer nos próximos anos, quando máquinas que funcionem pelo método quântico estiverem disponíveis em institutos de pesquisa, empresas e universidades. O segundo é posicionar a China na vanguarda da tecnologia global, posição em que disputa a liderança com companhias e institutos americanos. Mas, segundo Pan Jianwei, máquinas como o Zuchangzhi 2, embora sejam programáveis, ainda estão cinco anos distantes de serem usadas amplamente por institutos de pesquisa já que ainda existem diversos obstáculos a serem superados.
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