sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

POLITICANDO: Quando o decoro sai de cena

E mais: O senador tratorista
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BRASÍLIA, 21 DE FEVEREIRO de 2020
O presidente Jair Bolsonaro durante fórum em Abu Dhabi Foto: Satish Kumar/Reuters
Quando o carnaval passar
POR francisco leali
coordenador na SUCURSAL DE BRASÍLIA
Olá.

Na semana que antecede a folia, o decoro parece ter saído de cena. No topo da cadeia do poder, o presidente Jair Bolsonaro e seus áulicos patrocinaram episódios de quem está disposto à conflagração. Os fatos de agora se somam à coleção de disparates de quem, há um ano, estava compartilhando em suas redes um certo vídeo de golden shower.

Às portas do Palácio da Alvorada, Bolsonaro endossou insultos à jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, num comportamento em que o jornalista Ascânio Seleme encontrou o sinônimo da palavra cafajeste. 

A fala de Bolsonaro foi respondida com o protesto de entidades ligadas à imprensa. Mas Eduardo, o filho deputado do presidente, preferiu reforçar do discurso do pai: usou a tribuna da Câmara para também afrontar parlamentares mulheres que cobravam de Bolsonaro o decoro que o cargo exige

Também de frente para o gramado do Alvorada, numa solenidade de troca da bandeira, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, expôs o que pensa. Chamou de chantagem a iniciativa do Parlamento de ter maior controle sobre execução das emendas do orçamento que teria retirado autonomia do Executivo para tocar suas prioridades. Heleno chegou a sugerir que Bolsonaro coloque o povo nas ruas contra o Congresso.

O chefe do GSI foi torpedeado pelos presidentes da Câmara e do Senado. Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi duro. Apontou a decepção de ver o experiente general mostrar-se de pouca temperança e um "radical ideológico contra a democracia".

Em meio ao festival de desequilíbrio político do governo, uma nova crise se desenha. PMs cearenses inauguraram temporada de paralisação que pode se espalhar por outros estados no pós-carnaval. O movimento é conduzido por categoria que legalmente não pode parar, mas que sempre teve o apoio da ala que sustenta Bolsonaro. No momento de enfrentar o motim na tropa, o presidente é convocado a garantir a lei e a ordem, mesmo tendo, no passado, ficado do lado dos que estão sublevados. 

 
Vale a leitura:

O trator do senador

Foi lá em Sobral, no seu bunker eleitoral, que o senador cearense Cid Gomes achou por bem pilotar um trator contra os PMs em motim. Foi recebido à pedra e bala por policiais que deveriam proteger a vida dos outros, não tentar tirá-la. Saiu ferido e está hospitalizado. Cid poderá expor a injustificável violência dos PMs para faturar politicamente, embora o episódio também exponha, mais uma vez, a destêmpera da família.
 
Olha o live aqui

O ministro Augusto Heleno é chefe do serviço de informações do governo federal. Deveria estar sempre por dentro de tudo o que se passa dentro e fora do Executivo. No episódio de sua fala acusando o Congresso de chantagem, divulgada pelo GLOBO, Heleno usou sua rede social para reclamar que fora vítima de "invasão de privacidade". Viu espionagem ou traição. Não se deu conta que seu destempero verbal fora divulgado durante uma transmissão ao vivo pela internet feita pelo canal oficial do próprio governo. Ao perceber a gafe, usou novamente sua rede social para dizer que fora imprudente.

 
Moro e a lei da ditadura

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou esta semana a prestar depoimento à Polícia Federal. Desta vez, num novíssimo inquérito instaurado a pedido do ministro da Justiça, Sergio Moro. Ao solicitar apuração de indício de crime, Moro citou que era caso previsto na Lei de Segurança Nacional. Para o ministro, um opositor chamar o presidente da República de miliciano é caso de enquadramento em lei gestada durante na ditatura.
 
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