Você já ouviu falar em metaverso? É o conceito do momento. Mas, para Álvaro Machado Dias, colunista de Tilt, a ideia está sendo mal compreendida.
Bom, metaverso tem a ver com internet das coisas, conectividade de baixa latência (tempo de resposta entre um comando e outro), realidade virtual, blockchain e deep learning (capacidade de máquinas aprenderem). Nas palavras de Dias, é uma síntese tecnológica, que transcende os interesses e capacidades de cada uma das empresas dispostas a capitalizar em cima da sua expansão (leu isso, Facebook?). E esse tal metaverso está pouco a pouco se se definindo pela fusão entre o digital e o físico, a qual vai borrando fronteiras que são claras hoje em dia. Logo, transitar entre o meio físico e digital vai ser tão natural que nem vai fazer sentido usar esses dois termos. Segundo Dias, muitos metaversos estão surgindo por aí, uns mais diretamente relacionados a aspirações populares, outros mais relacionados a riscos institucionais e movimentos da concorrência, mas, todos eles refletem o fato de que está em curso um processo de convergência entre tecnologias, envolvendo: internetização de tudo, gêmeos digitais, 5G, realidade estendida, tokenização e, claro, acima de tudo, inteligência artificial. "Este movimento deve influenciar a ocupação do espaço urbano e o trabalho (até porque estes são indissociáveis), a maneira como fazemos ciência, além, é claro, de redefinir marcos do entretenimento, como no caso dos e-sports", afirmou o colunista. Outro colunista de Tilt, o Ricardo Cavallini, acredita que há um exagero ou, pelo menos, uma expectativa exacerbada. Para ele, o pico da atenção aconteceu com o anúncio do Facebook, com Zuckerberg usando o metaverso. Tudo fluído, maravilhoso, nenhum desconforto causado por óculos. Gráficos perfeitos e tudo mais. "Nada diferente do que já estamos acostumados com filmes e jogos. Aquele trailer maroto que mostra em 10 segundos as únicas piadas que prestam no filme. Aqueles cut scenes maravilhosos de jogos quando, na prática, o gameplay é um lixo atômico e sem graça", disse. Cavallini se diz até mesmo incomodado com o metaverso. Quer dizer, com o papel do Facebook nisso tudo. Ele suspeita que a empresa de Mark Zuckerberg esteja usando o metaverso como cortina de fumaça para tirar atenção sobre suas falhas e seu comportamento. Além disso, o bilionário Zuckerberg já demonstra querer dominar o metaverso. "Provavelmente terão sucesso. Eles têm o monopólio das redes sociais, uma ótima solução de hardware e a maior e melhor loja de realidade virtual. Eles têm a faca e o queijo na mão. E nessa versão do metaverso, nós seremos o queijo", concluiu. |
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