A Sadia investiu pesado em suas campanhas publicitárias nos últimos meses do ano - e, para tanto, apostou em Neymar como garoto-propaganda dos comerciais com foco na Copa do Mundo. Mesmo com a contusão do atleta, que deve voltar aos gramados do mundial apenas nas oitavas de final do torneio, Neymar deve continuar fazendo a dobradinha com o Lek Trek, mascote da marca, até o final da Copa do Mundo. O UOL Mídia e Marketing conversou com Luiz Franco, diretor de marketing e inovação da BRF, dona da marca, para entender um pouco mais das estratégias da empresa para o período que envolve Copa do Mundo e Natal. Confira: Como foi a preparação para estes dois meses, que uniram pós-eleição, Copa do Mundo, Black Friday e Natal? É um momento único para o marketing, mas que também precisa ser convertido em vendas: o que ele representará para o ano da companhia? É um momento único. Teremos uma sobreposição de alguns picos de venda. Tradicionalmente, a gente tem uma elevação de vendas na Copa do Mundo, em categorias como de embutidos e de congelados, de mais ou menos 10%. Esse ano, isso vai aumentar ainda mais. Ainda estamos descobrindo como ficaremos em termos de vendas, mas continuamos bastante otimistas. Nosso novembro já foi mais acelerado, se comparado com outros anos. A linguiça frescal, rainha do churrasco, por exemplo, já tem uma elevação natural de vendas no último bimestre do ano, de mais ou menos 15%. Se a gente fizer uma conta simples, estamos falando de um crescimento de 25% a mais na demanda, comparada com outras épocas do ano. A gente sabe que o poder de compra do brasileiro foi corroído, especialmente no último ano, por conta da inflação, combinada com uma retração de renda. Fizemos uma pesquisa recente que indicou que 60% das pessoas vão consumir como sempre na Copa do Mundo e no Natal - e esse é um número importante, mas temos que prestar atenção no fato de que 40% já colocou um pouco de ressalvas nessas compras de fim de ano. Então teremos que ir atrás desse consumidor, que busca promoções e novos canais de abastecimento. A gente pesquisou também que muita gente tem transformado suas casas em "arenas", em locais para reunir as pessoas para ver os jogos. Para elas, temos que oferecer produtos que são gregários, coisas simples e práticas de fazer. Para o Natal, teremos não só promoções - serão novos produtos também. Estamos criando novidades para ceias menores, ou fazendo algumas derivações: para o Chester, o grande clássico dentro da companhia, teremos uma torta especial, por exemplo. Isso tudo vai resultar numa elevação importante nas vendas. A Sadia é uma das poucas marcas que têm usado o Neymar como garoto-propaganda nos intervalos da Copa. Como equilibrar um ativo da empresa, que gera sentimentos nem sempre positivos nas pessoas? E como fica a marca com a contusão dele? Temos marcas de enorme penetração, com produtos que chegam a 90% de penetração nos lares brasileiros. Quando pensamos na Copa do Mundo, quisemos falar de reunião e alegria, por meio de uma associação superlativa - e, por isso, trouxemos o Neymar como representante dessa alegria do futebol. Precisávamos de uma associação de peso e o Neymar significa exatamente isso, tabelando com a nossa mascote, o "Lek Trek", que está há 50 anos nos nossos comerciais. Logicamente estamos torcendo pela rápida recuperação dele: não só pela nossa marca, mas também pelo que ele representa para a seleção. Independente de tudo, nós vamos continuar sendo parceiros do Neymar, passando a alegria do futebol. O Neymar vai continuar tabelando com o Lek Trek na TV, sim. E como ficam as campanhas de Natal? Serão veiculadas no meio da Copa do Mundo? Como ficou esse planejamento? É legal que hoje os veículos de comunicação nos permitem fazer diferentes calibragens com campanhas que já estão no ar. Conforme as coisas vão andando, vamos moldando nosso plano de mídia, vamos acertando nossas mensagens O que posso antecipar é que não vai dar para a gente falar de Natal só depois do final da Copa do Mundo. Vamos entrar com os produtos nas gôndolas nessa semana e alguns varejistas já começaram sua ambientação. Em breve vamos começar, taticamente, as inserções que falam de Natal. Nossa operação focada no Natal começa em outubro, mas a venda para o consumidor final acontece fatalmente nas últimas semanas: mesmo assim, não dá para a gente esperar até a última semana. Temos que estar sempre na cabeça do consumidor. |
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