Bom dia!
Dirigir um Tesla era, até pouco tempo, um símbolo de status. Uma combinação de ostentação de conta bancária recheada e preocupação com as mudanças climáticas. Em 2025, donos de Teslas colam adesivos nos seus carros avisando que compraram o veículo antes de "Elon Musk enlouquecer".
Essa é, claro, apenas a evidência anedótica de um fenômeno que está afetando diretamente a companhia. Quem decide que é hora de comprar um carro tem evitado veículos Tesla, e a queda nas vendas soma 13% no primeiro trimestre do ano. Não apenas por causa da ativa participação de Elon Musk no governo americano, mas também porque agora há uma concorrência massiva no segmento de elétricos.
Nesta terça, quando o mercado fechar, investidores descobrirão qual o preço a ser pago pela Tesla pela combinação de maior concorrência, guerra comercial e ainda os danos à reputação da montadora com a atuação de Musk. Analistas estimam uma queda de 6% no lucro da companhia. Mais importante será a projeção de vendas de veículos ao longo do ano.
Os papéis da Tesla avançam 0,88% no pré-mercado, mostrando que o dia pode ser de recuperação após o tombo de 5% na véspera. No acumulado do ano, as ações despencam 44%.
A queda da véspera está, mais uma vez, relacionada à política do caos estabelecida pelo presidente americano, Donald Trump. Na segunda, enquanto Europa e Brasil esticavam o feriado de Páscoa, Trump voltou a atacar o presidente do Fed, Jerome Powell, mostrando que está disposto a quebrar a independência do banco central dos EUA.
Na Europa, a maioria dos índices opera em baixa, em uma espécie de esforço para equiparar as perdas vistas no mercado americano na véspera. Já o EWZ, fundo que representa as ações brasileiras em Nova York, registra leve alta. Bons negócios.