Manuella se preparava para dormir quando ouviu o insulto vindo do prédio ao lado. "Puta!" Levantou-se da cama com a luz apagada e, pela janela, viu quando o homem gritou: "Brasileiros são lixo! Mulheres brasileiras são putas!" Entre 2017 e 2021, as denúncias de xenofobia contra brasileiros em Portugal — como Manuella, que vive em Guimarães — cresceram 505%, segundo balanço da Comissão para a Igualdade e contra a Discriminação Racial do país. Nunca houve tantos brasileiros morando em Portugal quanto agora. Em um ano, o número de residentes legais aumentou 36%. Dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras português divulgados em 20 de setembro indicam que são quase 400 mil — sem contar os que estão sem documentos e quem têm dupla cidadania. Estimativas de estudiosos do fenômeno imigratório avaliam que o total de brasileiros que vivem em Portugal pode chegar ao dobro disso. Casos de xenofobia se tornaram tão comuns em Portugal que só ocupam o noticiário em situações extremas. Um exemplo foi o do engenheiro pernambucano Saulo Jucá, 51, espancado em uma cafeteria na cidade de Braga após ser reconhecido pelo sotaque. Ele teve nariz e costelas quebrados. "Há quem insista em dizer que Portugal é tolerante, multicultural e que aqui não há racismo. Mas a verdade é que o país tem um problema estrutural de racismo e xenofobia", afirma Teresa Pizarro Beleza, do observatório de xenofobia do país. LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO UOL PRIME *Reportagem de Adriana Negreiros |
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