Clonagem de cartão de crédito, invasão de redes de caixas automáticos, monitoramento de celulares? São muitas as ações dos criminosos virtuais. Parece até que somos vítimas passivas desses crimes. Mas a realidade não é bem assim. Segundo Álvaro Machado Dias, colunista de Tilt, a grande maioria dos crimes cibernéticos não é estritamente técnica, mas envolve a chamada engenharia social. Essa expressão pode ser definida como um conjunto de interações muito bem amarradas, que acabam levando as vítimas a viabilizar os ataques criminosos. Cair nesses golpes envolve muito mais comportamento do que técnicas hackers. Mas, por que somos vítimas fáceis da engenharia social? Para Machado Dias, a engenharia social funciona porque temos uma tendência natural a acreditar nos outros. Essa tendência é baseada em cálculos genéticos que revelam que a estratégia de confiar e se dar mal de vez em quando é melhor do que a de desconfiar sempre. "Em outras palavras, confiamos nos hackers que nos passam a perna porque somos bem-adaptados ou 'racionais' e maximizamos nossos interesses genéticos de longo prazo", escreveu o colunista. A partir disso, a questão deixa de ser "por que confiamos em hackers?", mas sim: por que não inibimos seletivamente este impulso em função da consciência da existência de golpes digitais? Em termos hierárquicos, o principal ponto é a autonomia decisória, um valor profissional importante. É sempre bom lembrar que as empresas se frustram com aqueles que deslizam nas mãos de hackers, mas também se irritam com os que não se viram sozinhos. Na esfera pessoal, a questão que se coloca é que a adoção espontânea de cautela com golpes baseados em engenharia social significa maior atenção e, portanto, redução na velocidade do trabalho, cujo aumento não será acompanhado por uma contrapartida financeira. Tá, mas o que fazer diante disso tudo? Segundo o colunista, as indicações são óbvias: as empresas precisam incorporar os custos de uma subida na barra da segurança, criando e aplicando protocolos, treinando os funcionários e, sobretudo, incorporando o fato de que maior segurança significa fricção, e fricção quer dizer menor velocidade produtiva. |
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