O ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado pela PF por uma suposta tentativa de golpe de Estado durante seu governo, surpreendeu ao confirmar, na noite desta quinta-feira (15), que enviou R$ 800 mil aos EUA antes de viajar para aquele país na virada de 2022 para 2023, em vez de entregar a faixa presidencial a Lula. A confirmação foi feita em um vídeo no qual Bolsonaro argumenta que a transferência "não é crime". Para a Polícia Federal, o dinheiro seria usado por Bolsonaro enquanto ele aguardava, no exterior, a consumação do suposto golpe. Bolsonaro nega as acusações. Para Leonardo Sakamoto, ao admitir a transferência, Bolsonaro "passou recibo" de que a notícia pegou mal entre seus seguidores. Sakamoto argumenta que, para seus correligionários, ser acusado de golpista pode parecer abstrato -mas fugir do país levando um dinheirão, não. Tales Faria afirma que, ao vir a público com uma explicação mal dada, Bolsonaro brinca com a inteligência de seus apoiadores. "Espanta como os bolsonaristas aceitam qualquer desculpa do Bolsonaro. Se fosse o Lula quem tivesse enviado os R$ 800 mil, o mundo cairia", diz. Tales também informa que o general e ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes tem dito a amigos que não se omitiu quando soube das intenções golpistas de Bolsonaro. A PF investiga se ouve omissão dele no caso. Freire Gomes diz ter "articulado" com colegas generais para barrar a tentativa golpista. Para Josias de Souza, a dita "resistência silenciosa" ao golpe argumentada por "legalistas envergonhados" não é um atestado de inocência. Carla Araújo: Em vídeo, Bolsonaro diz que 'não é crime' enviar dinheiro aos EUA Leonardo Sakamoto: Bolsonaro passa recibo em vídeo sobre os R$ 800 mil que mandou aos EUA Tales Faria: Bolsonaro chama seus apoiadores de 'gado' com explicação mal-dada Tales Faria: Ex-comandante do Exército diz que não foi omisso e articulou contra o golpe Josias de Souza: Resistência silenciosa ao golpe não é um atestado de inocência |
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