Casos de violência sexual, maus-tratos a animais, tortura, entre outros crimes estão entre os conteúdos ilícitos que rodam na rede social Discord. Esse tipo de conteúdo, evidentemente, não deveria estar no ar, mas a plataforma parece estar fazendo pouco para combatê-lo. Mesmo assim, o Discord está fora do chamado "PL das Fake News". O colunista Carlos Affonso de Souza tratou desse caso no Tilt. O que é o PL das Fake NewsO projeto de lei nº 2630/20, conhecido como "PL das Fake News", nasceu para combater a desinformação. Mas, o texto hoje trata de uma regulação mais ampla de plataformas digitais como redes sociais, aplicativos de mensagens instantâneas e buscadores. De onde veio o Discord?O Discord é um aplicativo de comunicação em tempo real que foi concebido originalmente para o público gamer, embora tenha rapidamente se tornado uma ferramenta de comunicação para comunidades online sobre os mais variados temas. O aplicativo combina texto, voz e capacidades de videochamada em uma única interface. A empresa que comanda o aplicativo, criado em 2015 por Jason Citron e Stanislav Vishnevskiy, tem sede na Califórnia. Características do DiscordO Discord se destacou por sua estrutura de servidores privados, que permite aos usuários criar e gerenciar suas próprias comunidades. Cada servidor pode ter vários canais de texto e voz, o que proporciona flexibilidade para organizar discussões e eventos. Os usuários podem ingressar em servidores públicos ou por convite e, além disso, enviar mensagens diretas para outros usuários. Controvérsias e moderação de conteúdoApesar de seu crescimento e popularidade, o Discord também teve sua cota de controvérsias. O aplicativo foi criticado por não conseguir lidar adequadamente com o conteúdo de ódio e assédio em sua plataforma, levantando questões sobre a eficácia de suas políticas e ferramentas de moderação. A facilidade em criar servidores privados e a falta de supervisão adequada permitiram que esses grupos extremistas, e organizações voltadas para fins ilícitos, adotassem a plataformas como um veículo para os seus conteúdos. A natureza das conversas em tempo real no aplicativo também contribuiu para que o Discord se tornasse um terreno fértil para a disseminação de teorias da conspiração e desinformação. Fora do PL das Fake NewsNo Brasil, o Discord é uma rede social popular, mas ainda não atingiu a marca de 10 milhões de usuários mensais. Essa situação é relevante no contexto do Projeto de Lei nº 2630, em tramitação no Congresso Nacional, uma vez que a lei proposta só se aplicaria a plataformas que atinjam esse número de usuários no país. Número recentes colocam o total estimado de usuários mensais do Discord no Brasil na casa dos 3 milhões. No caso do Discord, sua capacidade de permitir a comunicação direta entre os usuários é o que o torna valioso para muitos, mas também é uma fonte de preocupações com a divulgação de conteúdos ilícitos. O Discord acabou ficando no meio de disputas entre setores empresariais (com as empresas de mídia de um lado e as de tecnologia de outro), e entre governo e oposição no Congresso Nacional, que levou até agora à inexistência de consenso para a votação do projeto. A rede Discord vive assim um momento paradoxal: ela é o alvo das maiores controvérsias sobre ilícitos na rede, embora esteja fora da alça de mira do projeto de lei que procura coibir a divulgação desses mesmos conteúdos. O debate regulatório brasileiro não é para iniciantes. Ele é um game jogado no modo hard. **** CONFIRA TAMBÉM UOL CARROS DO FUTURO Toda quarta-feira, a newsletter UOL Carros do Futuro traz tendências e debates sobre as novas tecnologias da indústria automobilística. Nesta semana, a newsletter conta que o primeiro carro voador recebeu licença para rodar, mas ainda custa muito caro. Quer se cadastrar e receber o boletim semanal? Clique aqui. |
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