Por mais que você tente planejar cada passo da vida - pessoal e financeira - imprevistos acontecem. Você pode ficar sem um trabalho, pode ter problemas de saúde ou na família, o carro pode quebrar bem em um momento de aperto financeiro. É aí que entra uma das maiores dicas dos especialistas: tenha a sua reserva de emergência. É importante ter recursos disponíveis para resolver os problemas que aparecem de última hora, sem que afete muito sua vida. Ter uma boa quantia guardada garante tranquilidade quando a necessidade financeira falar mais alto que a renda mensal. Mas isso não quer dizer que seu dinheiro precisa ficar parado no banco ou render menos que a inflação. A reserva de emergência pode ser estruturada de diversas formas e considerada um bom investimento. Veja abaixo mais sobre como estruturar e onde investir sua reserva de emergência. O que é a reserva de emergência? E qual a importância de ter uma? Nada mais é que um valor em dinheiro, reservado para garantir seu custo mínimo de vida, caso perca completamente a sua renda, segundo a mestre em economia e educadora financeira do ABC de Economia, Cássia Girotto. Ela diz que pode ser utilizada em casos de desemprego, para aquele remédio específico com um preço mais elevado ou para o conserto do carro. Ela funciona como uma "tábua de salvação", ou seja, um último recurso para não se afogar em problemas financeiros. O montante garante segurança enquanto houver perda da renda ou enquanto a situação que reduziu sua renda seja restabelecida, para não se endividar. Para quem é indicado? Todo mundo deve ter? Sim, todos deveriam ter uma reserva de emergência - independente de ser empreendedor, trabalhador PJ ou com carteira assinada ou até mesmo aposentado. Isso porque todos passamos por imprevistos na vida, ou, até mesmo, os planejamentos mudam, diz Rui Manica, sócio-fundador da Vértua Investimentos. A dica dele é analisar a situação de vida, já que cada caso é um caso. Quem tem seguro e plano de saúde, pode ficar mais tranquilo com uma reserva de emergência menor. Enquanto para as pessoas com patrimônio ou renda muito elevados, a reserva de emergência pode ser indiferente, diz. E por que preciso disso antes de investir? A jogada é garantir que você não fique sem dinheiro. Mesmo com um portfólio variado, nem sempre o prazo de resgate vai coincidir com a sua necessidade, o que pode causar ainda mais dor de cabeça, dependendo da urgência. A dica é se planejar financeiramente para investir, ou seja, separar as quantias da renda por finalidade: o que vai para pagar as contas, o que vai para os investimentos, o que vai para montar uma reserva de emergência e assim por diante. Qual o valor ideal? A educadora financeira fala que o valor estimado de reserva varia entre três meses até um ano das despesas correntes do indivíduo ou família. Por exemplo, o indicado para pessoas concursadas é três meses, trabalhadores contratados no regime CLT, pelo menos seis meses, enquanto para autônomos o ideal é guardar até um ano da sua renda. Como monto uma reserva de emergência? Para Rui Manica, é preciso levar em consideração que a reserva de emergência deve buscar a correção monetária. Isso significa que, quando não está sendo utilizada, é recomendado deixar aplicada para não perder poder de compra em relação à inflação. Nisso, há três fundamentos básicos, também conhecido como tripé financeiro: - Rentabilidade: Percentual de remuneração a partir do que é investido
- Liquidez: Capacidade de conversão de um ativo em dinheiro
- Segurança: O quão constante o investimento é, sem muitas oscilações e riscos
Se tratando de emergências, não há previsibilidade, e por isso é necessário aplicações com resgate imediato. Sendo assim, a liquidez é uma prioridade, permitindo ter recursos de maneira instantânea. Por outro lado, o prêmio é menor com liquidez imediata, e os ativos não podem ser arriscados, como no mercado de ações. Para Cássia Girotto, são bons ativos para a reserva financeira: títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional e ativos que sejam pós-fixados à Selic ou CDI com liquidez diária sem riscos de oscilações negativas. Ela diz ainda que alguns bancos digitais também possuem opções no próprio aplicativo que rendem 100% do CDI, e outros possuem liquidez diária ou D+1 (dia da solicitação do resgate + 1 dia útil). Manica adiciona outro exemplo: os CDBs com liquidez diária como uma alternativa bacana. Ele explica que são investimentos que pagam mais que a poupança, rendem mais e possuem liquidez imediata para ser utilizada a qualquer momento. Além disso, há fundos de investimento que realizam a aplicação para o cliente, sem ele precisar ficar se preocupando em ir atrás de mais informações, conhecidos como Simples Nacional. Nesse caso, a maioria das aplicações está em títulos de baixo risco e possui uma taxa de administração muito baixa, afirma. Cuidado com os erros: Calcular errado a reserva de emergência pode ser o seu maior erro. De acordo com Manica, isso acontece quando a pessoa não sabe os gastos mensais ou a sua situação financeira atual. Poupar e já investir quando se recebe o salário pode ser um ótimo meio para garantir a sua reserva financeira, sem que seja gasto. Se o seu plano é trocar de carro ou realizar uma viagem, deve separar outra quantia para realização de sonhos. Outro erro é investir em aplicações de risco ou sem liquidez, gerando prejuízos na hora da utilização do recurso, diz ele. Por fim, é preciso ter disciplina. "Criar a reserva de emergência demora, e as pessoas acabam desanimando. Portanto, foco. Quando surgir um momento de necessidade, sentirá muita falta", afirma Manica. Esta newsletter traz um resumo gratuito de conteúdo do UOL Investimentos. Assinantes têm acesso à versão integral, com mais orientações. Quer estar sempre bem informado sobre investimentos? Clique aqui e receba notícias e dicas para investir diretamente no seu WhatsApp. |
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