Olá, investidor. Conforme as tropas russas avançam sobre o território ucraniano, enfrentando a feroz resistência de militares e civis locais, as sanções impostas pelo Ocidente à Rússia começam a surtir efeito, aumentando a pressão sobre o Kremlin. Por mais que o presidente russo Vladimir Putin insista em dizer que a invasão à Ucrânia esteja ocorrendo de acordo com o planejado, destacando que "todos os alvos estabelecidos estão sendo atingidos", a economia doméstica de seu país passa por uma acelerada deterioração, que atinge desde os cidadãos comuns até os influentes oligarcas ligados a seu governo. O rublo - a moeda russa - já perdeu cerca de um terço de seu valor nos últimos dias, e é cotada a R$ 0,04. A Bolsa de Valores da Rússia já entra em seu terceiro dia fechada para operações com ações e derivativos, após a brusca desvalorização dos ativos lá listados nos primeiros dias de conflito.
Além disso, o Banco Central da Rússia elevou, no dia 28 de fevereiro, sua taxa básica de juros - equivalente à Selic brasileira - de 9,5% para 20% ao ano, movimento que não foi suficiente para frear a desvalorização do rublo, que segue em queda diante do isolamento da economia russa do restante do planeta. Agora, além da guerra que vem se revelando demorada e custosa, Putin tem que lidar com o descontentamento de uma parcela significativa da população russa, que está vendo seu poder de compra encolher e sofrendo com a escassez de produtos e serviços estrangeiros. Também é importante ter em mente que, apesar de seu status de potência global, assegurado principalmente pelo seu poderio militar e seu gigantesco arsenal nuclear, a Rússia tem uma economia relativamente pequena e altamente dependente da exportação de gás natural e petróleo, o que faz com que essa crise seja bastante dolorosa para os cidadãos comuns. Com cerca de 146 milhões de habitantes e uma extensão territorial de 17 milhões de quilômetros quadrados (o que equivale a duas vezes o território brasileiro), a Rússia tem a 12ª maior economia do planeta, menor do que a da Coreia do Sul, que possui 51 milhões de habitantes e cerca de 100 mil quilômetros quadrados - cerca de metade do tamanho do estado do Paraná. Para sustentar a guerra, que já vinha sendo planejada há muito tempo, o governo russo reduziu seu endividamento para 18% do PIB, ao mesmo tempo em que acumulou o equivalente a US$ 700 bilhões em reservas internacionais, em moeda e ouro. Entretanto, com cada vez mais sanções sendo impostas ao país e diante do esforço conjunto do ocidente para isolar a economia russa, a invasão ao país vizinho pode custar mais caro do que Putin esperava. Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes do UOL Economia Investimentos): informações sobre a situação do Citigroup, o grande banco norte-americano com maior exposição à Rússia. Um abraço, Felipe Bevilacqua Analista certificado e sócio-fundador da Levante CNPI - Analista certificado pela Apimec Gestor CGA - Gestor de Fundos certificado pela Anbima Administrador de Recursos e Gestor autorizado pela CVM Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br. |
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