Olá, investidor. Após ter caído abaixo de US$ 100 o barril, o petróleo voltou a subir nos últimos dias, impulsionado pelo prolongamento da guerra na Ucrânia e pela possibilidade de adesão da União Europeia (UE) ao embargo ao petróleo russo. A UE é altamente dependente da energia russa, importando volumes expressivos de petróleo e gás natural produzidos no país governado por Vladimir Putin, o que fez com que os países membros do bloco hesitassem em aderir a sanções contra o setor de óleo e gás da Rússia. Entretanto, com a guerra na Ucrânia chegando ao 26° dia de duração e diante da ausência de sinais de que Putin estaria disposto a retroceder, o Ocidente cogita endurecer ainda mais as pesadas sanções impostas ao gigante eurasiático, com o intuito de aumentar a pressão pelo fim do conflito. Em resposta, a Rússia, que é a segunda maior exportadora de petróleo do planeta, disse que a aplicação de embargos ao setor de óleo e gás traria consequências não apenas para a economia russa, mas para todo o mundo. Além disso, a Agência Internacional de Energia (AIE) avaliou em seu último relatório mensal que o petróleo russo não pode ser substituído de imediato. Visando reduzir a dependência global do setor de óleo e gás da Rússia, o Ocidente tem aumentado a pressão para o aumento da produção de petróleo na Arábia Saudita. Também tem sido observado um movimento de reaproximação entre Estados Unidos e Venezuela -país que detém as maiores reservas da commodity do mundo. Ainda assim, é improvável que outras nações consigam aumentar seu volume de produção a tempo de viabilizar a aplicação de novas sanções à Rússia, o que diminui a probabilidade de adesão da União Europeia ao embargo anunciado pelo presidente norte-americano Joe Biden. Não é fácil aumentar do dia para a noite a oferta de uma commodity escassa e cuja extração demanda altos investimentos. No cenário doméstico, a alta do petróleo volta a trazer preocupação, especialmente se tratando das projeções para a inflação acima da meta neste ano. Isso porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgará na terça-feira (22) se a aplicação de medidas com o intuito de reduzir o preço dos combustíveis em ano de eleições configura crime eleitoral, o que pode inviabilizar os projetos que têm sido discutidos no Palácio do Planalto e no Congresso nos últimos meses. Caso tais projetos não saiam do papel e o petróleo siga em trajetória de alta com o prolongamento do conflito no leste europeu, a tendência é que a disparada dos preços dos combustíveis empurre a inflação para cada vez mais longe do teto da meta para 2022, de 5%. Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes do UOL Investimentos): informações sobre os resultados da CPFL Energia referentes ao quarto trimestre de 2021. Um abraço, Rafael Bevilacqua Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br. |
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